A primeira ideia que surgiu foi a de que aquilo podia ser um
reflexo da inteligência do médium ou dos assistentes, mas bem depressa a
experiência demonstrou a sua impossibilidade, porque
se obtinham coisas completamente estranhas ao pensamento e
ao conhecimento das
pessoas presentes e mesmo em contradição com suas ideias,
sua vontade e seu desejo; a
inteligência, pois, não podia pertencer senão a um ser
invisível.
O meio de se
assegurar
do fato era muito simples: tratava-se de entrar em
conversação com esse ser, o que foi
feito por meio de certo número convencional de pancadas
significando sim ou não, ou
designando as letras do alfabeto. Obtiveram-se deste modo
resposta às diversas
questões formuladas e esse fenômeno foi designado sob o nome
de mesas falantes.
Todos os seres que se comunicaram dessa maneira, quando
interrogados sobre a
sua natureza, declaravam ser Espíritos e pertencer ao mundo
invisível. Como os
Hmesmos efeitos se reproduzissem em grande número de
localidades, por intermédio de
pessoas diversas, e, além disso, observados por homens muito
sérios e muito
esclarecidos, não era possível que todos eles fossem vítimas
de uma ilusão.
Da América o fenômeno passa para a França e para o resto da
Europa, onde,
durante alguns anos, as mesas girantes e falantes estiveram
em moda e se tornaram o
divertimento dos salões; depois, quando se fartaram deles,
deixaram-no de lado, em
busca de outra distração.
O fenômeno não demorou a apresentar-se sob um novo aspecto,
fazendo-o sair
do domínio da simples curiosidade. Os limites deste
compêndio não nos permitem
acompanhá-lo em todas as suas fases, de modo que
abordaremos, sem transição, o que
ele oferece de mais característico, o que principalmente
prendeu a atenção das pessoas
sérias.