Há no homem três coisas essenciais
Geralmente se faz dos Espíritos uma ideia completamente
falsa. Eles não são,
como muitos imaginam, seres abstratos, vagos e indefinidos,
nem alguma coisa
semelhante a um clarão, a uma centelha. São, ao contrário,
seres reais, tendo a sua
individualidade e uma forma determinada. Deles se pode fazer
uma ideia
aproximativa pela explicação seguinte:
Há no homem três coisas essenciais:
lº) a alma ou
Espírito, princípio inteligente no
qual residem o pensamento, a vontade e o senso moral;
2º) o corpo,
envoltório material,pesado e grosseiro, que põe o Espírito em relação com o
mundo exterior;
3º) o perispírito,
envoltório fluídico, extremamente sutil, servindo de laço e intermediário
entre o Espírito e o corpo. O invólucro exterior está gasto
e já não pode funcionar,
tomba e o Espírito se desprende dele, como o fruto e a
árvore se despojam de suas
cascas; numa palavra, como deixamos uma velha roupa
imprestável. É o que se chama
a morte.
A morte, portanto, não passa da destruição do invólucro
grosseiro do Espírito. Só
o corpo morre, o Espírito não. Durante a vida o Espírito se
acha, de certo modo,
comprimido pelos laços da matéria a que está unido e que
muitas vezes lhe paralisa as
faculdades. A morte do corpo o liberta desses laços. O
Espírito se desprende deles e
recobra a liberdade, como a borboleta ao sair da crisálida;
mas só deixa o corpo
material, conservando o perispírito, que constitui para ele
uma espécie de corpo etéreo,
vaporoso, imponderável para nós e de forma humana, que
parece ser a forma padrão.
Em seu estado normal, o perispírito é invisível, mas o
Espírito pode fazê-lo sofrercertas modificações que o tornem momentaneamente
acessível à vista e mesmo ao tato
do homem, como sucede com o vapor condensado. É assim que
algumas vezes se nos
podem mostrar nas aparições. É por meio do perispírito que o
Espírito atua sobre a
matéria inerte e produz os diversos fenômenos de ruído, de
movimentos, de escrita,
etc.