e muitas outras teria a dizer, que não
compreenderíeis; por isso é que vos
falo por parábolas; mais tarde, porém,
enviar-vos-ei o Consolador, o Espírito
de Verdade, que restabelecerá todas as
coisas e vo-las explicará todas.» (S.
João, caps. XIV, XVI; S. Mat., cap. XVII.)
Se o Cristo não disse tudo quanto
poderia dizer, é que julgou conveniente
deixar certas verdades na sombra, até
que os homens chegassem ao estado de compreendê-las.
Como ele próprio o
confessou, seu ensino era incompleto, pois anunciava a vinda daquele que o
completaria; previra, pois, que suas palavras não seriam bem interpretadas, e
que os homens se desviariam do seu ensino; em suma, que desfariam o que ele
fez, uma vez que todas as coisas hão de ser restabelecidas: ora, só se
restabelece aquilo que foi desfeito.
Por que chama ele Consolador ao novo messias?
Este nome, significativo e sem ambiguidade,
encerra toda uma revelação. Assim, ele previa
que os homens teriam necessidade de
consolações, o que implica
a insuficiência daquelas que eles
achariam na crença que iam fundar.
Talvez nunca o Cristo fosse tão claro,
tão explícito, como nestas últimas palavras, às quais poucas pessoas deram
atenção bastante, provavelmente porque evitaram esclarecê-las e aprofundar-lhes
o sentido profético.
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