domingo, 16 de novembro de 2014

Espiritismo O Cenário

                                      Espiritismo

            O CENÁRIO:

A SAÚDE NAS FORMAÇÕES SOCIAIS CAPITALISTAS

O final do século XVIII e início do XIX foi o período
desenvolvimento do capitalismo industrial, caracterizado pelo
crescimento da produção, pelo êxodo rural e pela concentração de
novas populações urbanas.
A população europeia era submetida a jornadas de trabalho com
duração que atingia 14 ou até mesmo 16 horas por dia, sendo o
emprego de crianças (algumas vezes a partir de 3 anos, e mais
comumente, a partir dos 7 anos), dos velhos e gestantes, na
produção industrial, muito freqüente.

Os salários miseráveis eram insuficientes para assegurar -
necessidades da classe trabalhadora. As condições de moradia
extremamente precárias e o desemprego, advindo principalmente em
consequência da doença, uma ameaça.
A situação sanitária, resultante do processo conturbado em que
se dava a urbanização e que em última instância traduzia a miséria
social que proliferava nas cidades emergentes, era caracterizada por
péssimas condições de higiene, promiscuidade, grandes epidemias,
acidentes de trabalho, desnutrição, enfim, de uma massa dê trabalhadores muito pobre. Pobreza esta, componente e retrato de 10
uma população imensa e mendiga, com condições propícias para criar
a doença, a delinquência, o banditismo, a violência e a prostituição.
A luta pela saúde, nesta época, identifica-se com a luta pela
sobrevivência: "viver para o operário é não morrer".

Neste cenário, as classes dirigentes europeias, influenciadas
pelos ideais mercantilistas e preocupadas em aumentar o poder
nacional, tiveram que eleger o trabalho como elemento essencial de
geração de riqueza, tornando necessária a formulação de políticas
de saúde que enfrentassem as grandes epidemias, a doença e a
morte: evitando perdas de produtividade e assegurando o
crescimento populacional e o fornecimento da força de trabalho;
questões centrais para o desenvolvimento do capitalismo.

Na Alemanha, a intervenção à enfermidade social foi
desenvolvida através da ideia de polícia médica, cuja base doutrinária
partia da doutrina mercantilista (camarelismo) e do absolutismo.

Foi na Inglaterra, entretanto, onde a organização da saúde
pública e a intervenção estatal sobre os problemas sociais foi mais
longe. Definiu-se a questão do controle sanitário corno um problema
inerente à nova ordem social através da identificação da má
qualidade de vida, das habitações, da superpopulação, a ausênciade
abastecimento de água e de rede de esgotos, com a determinação
da saúde ou da doença. E o impacto obtido na mortalidade e no
controle de várias epidemias foi extremamente importante.

Para o que aqui nos interessa, cabe ressaltar que o modelo inglês
e o alemão influenciaram de forma importante as medidas a serem
adotadas na França. No período que compreende fins do século
XVIII e a primeira metade do século XIX, o movimento higienista
traduziu, de certa forma, a resposta social ao perigo representado
pela miséria reinante.
As medidas realizadas foram, primeiro, no sentido da efetuação
de vigilância intensa da natalidade (estímulo ao crescimento).





sexta-feira, 14 de novembro de 2014

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Universo e que todos os seres gravitam para um fim comum que é a perfeição

Universo e que todos os seres gravitam para um fim comum que é a perfeição

Sabe que não há criaturas deserdadas, nem mais favorecidas umas do
que outras; que Deus a nenhuma criou privilegiada e dispensada do trabalho
imposto às outras para progredirem; que não há seres perpetuamente votados
ao mal e ao sofrimento; que os que se designam pelo nome de demônios são
Espíritos ainda atrasados e imperfeitos, que praticam o mal no espaço, como o
praticavam na Terra, mas que se adiantarão e aperfeiçoarão; que os anjos ou
Espíritos puros não são seres à parte na criação, mas Espíritos que chegaram à meta, depois de terem percorrido a estrada do progresso; que, por essa forma,não há criações múltiplas, nem diferentes categorias entre os seres inteligentes,mas que toda a criação deriva da grande lei de unidade que rege o Universo e que todos os seres gravitam para um fim comum que é a perfeição, sem que uns sejam favorecidos à custa de outros, visto serem todos filhos das suas próprias obras.

 Pelas relações que hoje pode estabelecer com aqueles que deixaram a Terra, possui o homem não só a prova material da existência e da individualidade da alma, como também compreende a solidariedade que liga os vivos aos mortos deste mundo e os deste mundo aos dos outros planetas.
Conhece a situação deles no mundo dos Espíritos, acompanha-os em suas
migrações, aprecia-lhes as alegrias e as penas; sabe a razão por que são
felizes ou infelizes e a sorte que lhes está reservada, conforme o bem ou o mal
que fizerem. Essas relações iniciam o homem na vida futura, que ele pode
observar em todas as suas fases, em todas as suas peripécias; o futuro já não é uma vaga esperança: é um fato positivo, uma certeza matemática. Desde então,a morte nada mais tem de aterrador, por lhe ser a libertação, a porta da
verdadeira vida.



32. - Pelo estudo da situação dos Espíritos, o homem sabe que a
felicidade e a desdita, na vida espiritual, são inerentes ao grau de perfeição e de
imperfeição; que cada qual sofre as consequências diretas e naturais de suas
faltas, ou, por outra, que é punido no que pecou; que essas consequências
duram tanto quanto a causa que as produziu; que, por conseguinte, o culpado
sofreria eternamente, se persistisse no mal, mas que o sofrimento cessa com o
arrependimento e a reparação; ora, como depende de cada um o seu
aperfeiçoamento, todos podem, em virtude do livre-arbítrio, prolongar ou
abreviar seus sofrimentos, como o doente sofre, pelos seus excessos, enquanto não lhes põe termos.


domingo, 25 de agosto de 2013

Potência Divina na obra dos mundos

Potência Divina na obra dos mundos

 Pode,  pois,  dizer-se  que  o  bem é  tudo  o  que  é conforme à lei de Deus e o mal tudo o que é contrário a essa mesma lei. Para concorrerem, como agentes  da potência  divina,  na obra dos mundos materiais,  os  Espíritos  se  revestem,  temporariamente,  de  um corpo  material.  Pelo trabalho  necessário  à  sua  existência  corporal,  eles  aperfeiçoam  a  inteligência  e adquirem, pela observância da lei de Deus, os méritos que os devem conduzir à felicidade eterna.

A encarnação não foi imposta ao Espírito, no princípio, como punição. Ela é necessária ao seu desenvolvimento e à execução das obras de Deus,  e todos devem
sofrê-la, quer tomem o caminho do bem ou o do mal. Simplesmente os que seguem o do bem avançam mais depressa, gastam menos tempo para chegar ao fim e o alcançam em condições menos penosas.

 Os Espíritos encarnados constituem a Humanidade, que não se circunscreve à Terra, mas que povoa todos os mundos disseminados no espaço.
A  alma  do  homem  é  um  Espírito  encarnado.  Para  secundá-lo  no desempenho de sua tarefa,  Deus lhe deu,  como auxiliares,  os animais que lhe estão
submetidos e cuja inteligência e caráter são compatíveis com as suas necessidades.

 O aperfeiçoamento  do  Espírito  é  fruto  do  seu  próprio  trabalho.  Não podendo, numa só existência corporal, adquirir todas as qualidades morais e intelectuais
 que o hão de conduzir ao objetivo, ele o alcança por uma sucessão de existências, em cada uma das quais dá alguns passos para frente, no caminho do progresso.

 Em cada  existência  corporal,  o  Espírito  deve  desempenhar  uma tarefa proporcionada ao seu desenvolvimento;  quanto mais rude e laboriosa, tanto maior o
mérito em realizá-la.  Assim,  cada existência é uma prova, que o aproxima do fim. O número dessas existências é indeterminado. Depende da vontade do Espírito que esse número seja reduzido, trabalhando ativamente pelo seu progresso moral, assim como depende da vontade do operário, obrigado a realizar certo trabalho, reduzir o número de dias que empregue em executá-lo.

 Quando  uma  existência  foi  mal-empregada,  fica  sem proveito  para  o Espírito, que tem de recomeçá-la em condições mais ou menos penosas, em razão de
sua negligência e má vontade. É assim que, na vida, podemos ser constrangidos a fazer no dia seguinte o que não fizemos na véspera.
 A vida espiritual é a vida normal do Espírito: é eterna. A vida corporal é transitória e passageira: não passa de um instante na eternidade.

 No  intervalo  de  suas  existências  corporais,  o  Espírito  é  errante.  A erraticidade não tem duração determinada.  Nesse estado, o Espírito é feliz  ou des­
graça do,  conforme o bom ou mau uso que fez da sua última existência;  estuda as causas que apressaram ou retardaram o seu adiantamento;  toma as resoluções que procurará  pôr  em prática na sua próxima encarnação e escolhe  as  provas  que  lhe pareçam mais apropriadas ao seu adiantamento. Entretanto, algumas vezes se engana, ou sucumbe, não levando em conta as resoluções que tomou como E.
Jorge Soares


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sábado, 10 de agosto de 2013

Almas ou Espíritos

Almas ou Espíritos

Se as almas ou Espíritos podem manifestar-se aos vivos é que isso está na Natureza e, assim, desde todos os tempos eles o puderam fazer. É por isso que em todos os tempos e por toda parte se encontra a prova dessas manifestações, abundantes, sobretudo nas narrações bíblicas. O que é moderno é a explicação lógica dos fatos, o conhecimento mais completo da natureza dos Espíritos, o seu papel e o seu modo de ação, a revelação do nosso estado futuro; enfim, sua constituição em corpo de ciência e de doutrina, com as suas diversas aplicações. Os

Antigos conheciam os princípios, os Modernos conhecem os detalhes. Na Antiguidade, o estudo desses fenômenos era privilégio de certas castas, que só os revelavam aos iniciados em seus mistérios. Na Idade Média, os que com eles se ocupavam ostensiva mente eram tidos por feiticeiros e queimados; mas, hoje, não há mistérios para ninguém e já não se queimam as pessoas. Tudo se passa em plena luz e todos podem esclarecer-se e praticar, uma vez que há médiuns por toda parte.

A própria Doutrina que os Espíritos hoje ensinam nada tem de novo. Encontramo-la fragmentada na maioria dos filósofos da índia, do Egito e da Grécia, e toda inteira nos ensinos do Cristo. Que vem fazer então o Espiritismo? Vem confirmar, mediante novos testemunhos, demonstrar, por fatos, verdades desconhecidas ou mal compreendidas, restabelecer o verdadeiro sentido das que foram mal interpretadas.

Ê verdade que o Espiritismo nada ensina de novo. Mas, não será alguma coisa o provar ele de maneira patente, irrecusável, a existência da alma, sua sobrevivência ao corpo, sua individualidade após a morte, sua imortalidade, as penas e recompensas futuras?

 Quanta gente acredita nessas coisas, mas com um vago sentimento de incerteza, dizendo no seu foro íntimo: "Se, contudo, não fosse assim?" Quantos têm sido levados à incredulidade por lhes haverem apresentado o futuro sob um aspecto que sua razão não podia admitir? De nada valerá ao crente vacilante poder dizer a si mesmo: "Agora tenho certeza?" e o cego afirmar: "Agora vejo a luz?" Pelos fatos e pela sua lógica, o Espiritismo vem dissipar a ansiedade da dúvida e reconduzir à fé os que dela se afastaram. 

Revelando-nos a existência do mundo invisível que nos cerca e em meio do qual vivemos sem o suspeitarmos, ele nos dá a conhecer, pelo exemplo dos que viveram, as condições da nossa felicidade ou da nossa desgraça futuras; explica a causa de nossos sofrimentos na Terra e a maneira de os suavizarmos. Sua propagação terá por efeito inevitável a destruição das doutrinas materialistas, que não podem resistir à evidência. O homem, convencido da grandeza e da importância de sua existência futura, que é eterna, a compara com a incerteza da vida terrena, que é tão curta, e se eleva pelo pensamento acima das mesquinhas considerações humanas.

domingo, 21 de julho de 2013

Espíritos senão as almas dos homens, desde que há homens há Espíritos.

 Espíritos senão as almas dos homens, desde que há homens há Espíritos.

Já vimos que o Espiritismo teve o seu ponto de partida no fenômeno vulgar das
mesas girantes. Como, porém, esses fatos falam mais aos olhos do que à inteligência e
despertam mais a curiosidade do que o sentimento, uma vez satisfeita aquela, o
interesse por eles diminuiu, tanto mais que não eram compreendidos. Outra foi a
reação quando a teoria lhes veio explicar a causa, sobretudo quando perceberam que
das mesas girantes, com as quais durante algum tempo se divertiram, surgia toda uma
doutrina moral que fala à alma, dissipando as angústias da dúvida, satisfazendo a
todas as aspirações deixadas na incerteza por um ensinamento incompleto acerca do
futuro povos, em todas as religiões, na maioria dos escritores da Humanidade, as pessoas sérias acolheram a nova doutrina como umbenefício e, desde então, longe de declinar, ela cresceu com incrível rapidez.

No espaço de três ou quatro anos, congregou, em todos os países do mundo, sobretudo no seio
das classes esclarecidas, inúmeros partidários, que aumentam diariamente numa
proporção extraordinária, de tal sorte que hoje se pode dizer que o Espiritismo
conquistou direito de cidadania. 

Está assentado em bases que desafiam os esforços dos
seus adversários, mais ou menos interessados em combatê-lo; e a prova disso é que os
ataques e críticas não têm retardado a sua marcha um só instante: isto é um fato
atestado pela experiência e para o qual os antagonistas jamais puderam encontrar
explicação.
 Os espíritas dizem simplesmente que, se ele se propaga, a despeito da
crítica, é que o acham bom e preferem o seu raciocínio ao dos seus contraditores.Todavia, o Espiritismo não é uma descoberta moderna. Os fatos e os princípios
sobre os quais ele repousa se perdem na noite dos tempos, pois que deles se encontram
traços nas crenças de todos os

sagrados e profanos; apenas os fatos, incompletamente observados, muitas vezes
foram interpretados de acordo com as ideias supersticiosas da ignorância e ninguém
havia deduzido todas as suas consequências.
Com efeito, o Espiritismo se funda na existência dos Espíritos; mas, não sendo os
Espíritos senão as almas dos homens, desde que há homens há Espíritos.  



quarta-feira, 26 de junho de 2013

Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens

Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens

A visão permanente e geral dos Espíritos é muito rara, mas as aparições
individuais são bastante frequentes, sobretudo no momento da morte; é como se o
Espírito recém-desprendido se apressasse em tornar a ver seus parentes e amigos,
como que para os avisar de que acaba de deixar a Terra e dizer-lhes que continua a
viver. Aquele que recolher suas lembranças verá quantos fatos autênticos deste gênero,
dos quais não se dava conta, ocorrem consigo não só à noite durante o sono, mas em
pleno dia, no mais completo estado de vigília. Outrora esses fatos eram encarados
como sobrenaturais e maravilhosos e eram atribuídos à magia e à feitiçaria; hoje, os
incrédulos os lançam à conta da imaginação. Mas, desde que a ciência espírita lhes deu
a explicação, sabe-se como se produzem e que não escapam da ordem dos fenômenos
naturais.
Ainda há os que acreditam que os Espíritos, pelo simples fato de serem Espíritos,
devem possuir a soberana ciência e a suprema sabedoria. É um erro que a experiência
não tardou em demonstrar. Entre as comunicações dadas pelos Espíritos, algumas são
sublimes pela profundeza, pela eloquência, pela sabedoria, pela moral e que só exalam
bondade e benevolência; mas, ao lado dessas, outras há muito vulgares, levianas,
triviais, mesmo grosseiras, pelas quais o Espírito revela os mais perversos instintos. É,pois, evidente que não podem emanar da mesma fonte e que, se há bons Espíritos,
também há os maus. Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, naturalmente
não podem tornar-se perfeitos tão só porque deixaram seus corpos. Enquanto não
hajam progredido, conservam as imperfeições da vida corporal, razão por que se nos
apresentam em todos os graus de bondade e de maldade, de saber e de ignorância.
Geralmente os Espíritos sentem prazer em se comunicarem conosco. Para eles é
uma satisfação constatarem que não foram esquecidos; descrevem de bom grado suas
impressões ao deixarem a Terra, sua nova situação, a natureza de suas alegrias e
sofrimentos no mundo em que se encontram: uns são muito felizes, outros
desgraçados, alguns sofrem mesmo tormentos horríveis, segundo a maneira como
viveram e o emprego bom ou mau, útil ou inútil que fizeram da vida. Observando-os
em todas as fases de sua nova existência, conforme a posição que ocuparam na Terra, o
gênero de morte, seus caracteres e hábitos como homens, chega-se a um conhecimento,
se não completo, pelo menos muito preciso do mundo invisível, para nos darmos conta
do nosso estado futuro e pressentirmos a sorte feliz ou desgraçada que nos espera.
As instruções dadas pelos Espíritos de ordem elevada sobre todos os assuntos
que interessam à Humanidade, as respostas que deram às questões que lhes foram
propostas, recolhidas e coordenadas cuidadosamente, constituem toda uma ciência,
toda uma doutrina moral e filosófica, sob o nome de Espiritismo. O Espiritismo é, pois, a
doutrina fundada na existência, nas manifestações e nos ensinos dos Espíritos. Essa doutrina
se acha exposta de modo completo em O Livro dos Espíritos, quanto à parte filosófica, e
em O Livro dos Médiuns, quanto à parte prática e experimental. Pela análise que a seguir
faremos dessas obras, pode-se julgar a variedade, a extensão e a importância das
matérias que elas encerram.