segunda-feira, 19 de abril de 2010

Principios Espirituais


Princípios espirituais




----- Do Livro O Evangelho Segundo o Espiritismo





Podemos dividir as matérias nos evangelhos em cinco partes:

1-------Os atos comuns da vida do cristo;

2-------Os milagres;

3-------As profecias;

4-------As palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da igreja;

5--------O ensino moral.

Se as quatro primeiras partes tem sido objeto de discussões, a última permanece inatacável.

Diante desse código divino a própria incredulidade se curva.

É o terreno em que todos os cultos podem encontrar-se a bandeira sob a qual todos podem abrigar-se por mais diferentes que sejam as suas crenças.

Porque nunca foi objeto de disputas religiosas, sempre e por toda a parte provocadas pelos dogmas.

Se o discutissem,as seitas teriam,aliás, encontrado nele a sua pro pia condenação, porque a maioria delas se apegaram mais á parte mística do que á parte moral, que exige a reforma de cada um.

Para os homens, em particular, é uma regra de conduta, que abrange todas as circunstâncias da vida privada e pública, o principio de todas as relações sociais fundadas na mais rigorosa justiça.

E, por fim, e acima de tudo,o caminho infalível da felicidade a conquistar, uma ponta do véu erguida sobre a vida futura.

E essa parte que constitui o objetivo exclusivo desta obra.



Todo mundo admira a moral evangélica; todos proclamam a sua sublimidade e a sua necessidade; mas muitos o fazem confiando naquilo que ouviram, ou apoiados em algumas máximas QUE SE TORNARAM PROVERBIAIS, POIS POUCOS A CONHECEM A FUNDO, e menos ainda a compreendem e sabem tirar-lhes as conseqüências.

A razão disso esta, em grande parte, nas dificuldades apresentadas pela leitura do Evangelho, ininteligível para a maioria.

A forma alegórica e o misticismo intencional da linguagem fazem que a maioria o leia o desencargo de consciência e por obrigação, como lê as preces sem as compreender,o que vale dizer sem proveito.

Os preceitos de moral, espalhados no texto, misturados com as narrativas, passam despercebidos.

Torna-se impossível aprender o conjunto e fazê-lo objeto de leitura e meditação separadas.

Fizeram-se, é verdade,tratados de moral evangélica, mas a adaptação ao estilo literário moderno tira-lhe a ingenuidade primitiva, que lhes dá,ao mesmo tempo, encanto e autenticidade.

Acontece o mesmo com as máximas destacadas, reduzidas a mais simples expressão proverbial, as quais não passam então de aforismos, perdendo uma parte de seu valor e de seu interesse, pela falta dos acessórios e das circunstancias em que foram dadas.



Para evitar esses inconvenientes, reunimos trechos que podem constituir, propriamente falando, um código de moral universal, sem distinção de cultos.

Nas citações, conservamos tudo o que era de utilidade ao desenvolvimento do pensamento, suprimindo apenas as coisas estranhas ao assunto.

Além disso, respeitamos escrupulosamente a tradução original de sacy, assim como a divisão por versículos.

Mas, em vez de nos prendermos a uma ordem cronológica impossível, e sem vantagem real em semelhante assunto, as máximas foram agrupadas e distribuídas metodicamente segundo a sua natureza, de maneira a que umas se deduzem das outras, tanto quanto possível.

A indicação dos números de ordem dos capítulos e dos versículos permite recorrer á classificação comum, caso se julgue conveniente.

Esse seria apenas um trabalho material, que por si só não teria mais do que uma utilidade secundaria.

O essencial era pô-lo ao alcance de todos, pela explicação das passagens obscuras e pelo desenvolvimento de todas as suas conseqüências, como vista á aplicação as diferentes situações da vida.

Foi o que procuramos fazer, com a ajuda dos bons espíritos que nos assistem.

Muitas passagens do evangelho, da Bíblia, e dos autores sagrados em geral são ininteligíveis, e muitas mesmo parecem absurdas, por falta de uma chave que nos de o seu verdadeiro sentido.

Essa chave esta inteirinha no espiritismo, como já se convenceram os que estudaram seriamente a Doutrina,e como ainda melhor se reconhecera mais tarde.

O Espiritismo se encontra por toda a parte, na antiguidade, e em todas as épocas da humanidade.

E tudo encontramos os traços, nos escritos, nas crenças e nos monumentos,e é por isso que, se ele abre novos horizontes para o futuro, lança também uma luz sobre os mistérios do passado.

Como complemento de cada preceito, damos algumas instruções, escolhidas entre as que foram ditadas pelos espíritos em diversos paises, através de diferentes médiuns.

Se essas instruções tivessem surgido de uma fonte única, poderiam ter sofrido uma influencia pessoal ou do meio, enquanto a diversidade de origens prova que os espíritos dão os seus ensinamentos por toda a parte, e que não há ninguém privilegiado a esse respeito.

Esta obra e para uso de todos; cada qual pode dela tirar os meios de conformar sua conduta a moral do Cristo.

Os espíritas nela encontrarão, alem disso, as aplicações que lhes concernem mais especialmente.

Graças as comunicações estabelecidas, de agora em diante, de maneira permanente, entre os homens e o mundo invisível, a lei evangélica, ensinada a todas as nações pelos propios espíritos, não será mais letra morta, porque cada qual a compreendera, e será incessantemente solicitado a pô-la em pratica, pelos conselhos de seus guias espirituais.

As instruções dos espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vem esclarecer os homens e convidá-los a prática do Evangelho.

Se a doutrina espírita fosse uma concepção puramente humana, não teria como garantia senão as luzes daquele que a tivesse.

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