Toda a doutrina do Cristo se funda no caráter
que ele atribui à
Divindade. Com um Deus imparcial,
soberanamente justo, bom e
misericordioso, ele fez do amor de
Deus e da caridade para com o próximo a
condição indeclinável da salvação,
dizendo: Amai a Deus sobre todas as coisas
e o vosso próximo como a vós mesmos;
nisto estão toda a lei e os profetas; não existe outra lei.
Sobre esta crença, assentou o princípio da
igualdade dos homem perante Deus e o da fraternidade universal. Mas, fora
possível amar o Deus de Moisés? Não; só se podia temê-lo.
A revelação dos verdadeiros atributos
da Divindade, de par com a da
imortalidade da alma e da vida futura,
modificava profundamente as relações
mútuas dos homens, impunha-lhes novas
obrigações, fazia-os encarar a vida
presente sob outro aspecto e tinha,
por isso mesmo, de reagir contra os
costumes e as relações sociais.
É esse
incontestavelmente, por suas
consequências, o ponto capital da
revelação do Cristo, cuja importância não foi
compreendida suficientemente e,
contrista dizê-lo, é também o ponto de que
mais a Humanidade se tem afastado, que
mais há desconhecido na
interpretação dos seus ensinos.
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