"Não creio;logo,
não é verdade. Todos os que creem são loucos; só nós temos o privilégio da
razão
e do bom senso". E incalculável o número dos adeptos
feitos pela crítica séria ou
galhofeira, porque em toda parte não se encontram senão
opiniões pessoais, vazias de
provas contrárias. Mas, prossigamos a nossa exposição.
As comunicações por meio de pancadas eram lentas e
incompletas. Reconheceu se que, adaptando um lápis a um objeto móvel: cesta,
prancheta, ou outro, sobre o qual se colocassem os dedos, esse objeto se punha
em movimento e traçava caracteres.
Mais tarde reconheceu-se que tais objetos não passavam de
acessórios, perfeitamente
dispensáveis. A experiência demonstrou que o Espírito,
agindo sobre um corpo inerte
para o dirigir à vontade, podia do mesmo modo atuar sobre o
braço ou a mão para
conduzir o lápis. Surgiram, então, os médiuns escreventes,
isto é, pessoas que escreviam,
involuntariamente, sob a impulsão dos Espíritos, aos quais
serviam assim de
instrumentos e intérpretes.
Desde então, as comunicações não
tiveram mais limites e a
permuta de pensamentos pôde efetuar-se com tanto mais
rapidez e desenvolvimento
quanto entre os vivos. Era um vasto campo aberto à
exploração, a descoberta de um
mundo novo: o mundo dos invisíveis, assim como o microscópio
descobrira o mundo
dos infinitamente pequenos.
Que são esses Espíritos? Que papel representam no Universo?
Com que objetivo
se apresentam aos mortais? Tais as primeiras questões que se
tratou de resolver. Logo
se ficou sabendo, por eles mesmos, que não são seres à parte
na criação, mas as
próprias almas dos que viveram na Terra ou em outros mundos;
que essas almas,
depois de se terem despojado de seu invólucro corporal,
povoam e percorrem o
espaço.
Já não se pode duvidar disso, quando muitos
reconhecem parentes e amigos
entre essas almas e com elas puderam conversar; quando
aqueles que vêm dar a prova
de sua existência, demonstram que apenas seus corpos
morreram, mas que sua alma
ou Espírito vive sempre, que estão perto de nós, vendo-nos e
observando-nos como
quando vivos, cercando de cuidados aqueles a quem amaram,
cuja lembrança é, para
eles, doce satisfação.
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