segunda-feira, 25 de março de 2013

No sentido especial da fé religiosa



Desde que se admite a solicitude de Deus para com as suas
criaturas, por que não se há de admitir que Espíritos capazes, por sua energia e
superioridade de conhecimento, de fazerem que a Humanidade avance,
encarnem pela vontade de Deus, com o fim de ativarem o progresso em
determinado sentido? Por que não admitir que eles recebam missões, como um embaixador as recebe do seu soberano? Tal o papel dos grandes gênios.
Que vêm eles fazer, senão ensinar aos homens verdades que estes ignoram e ainda ignorariam durante largos períodos, a fim de lhes dar um ponto de apoio
mediante o qual possam elevar-se mais rapidamente?

Esses gênios, que aparecem através dos séculos como estrelas brilhantes, deixando longo traço
luminoso sobre a Humanidade, são missionários ou, se o quiserem, messias. O
que de novo ensinam aos homens, quer na ordem física, quer na ordem
filosófica, são revelações.
Se Deus suscita reveladores para as verdades
científicas, pode, com mais forte razão, suscitá-los para as verdades morais,
que constituem elementos essenciais do progresso. Tais são os filósofos cujas
ideias atravessam os séculos.

 No sentido especial da fé religiosa, a revelação se diz mais
particularmente das coisas espirituais que o homem não pode descobrir por
meio da inteligência, nem com o auxílio dos sentidos e cujo conhecimento lhe
dão Deus ou seus mensageiros, quer por meio da palavra direta, quer pela
inspiração.
Neste caso, a revelação é sempre feita a homens predispostos,
designados sob o nome de profetas ou messias, isto é, enviados ou
missionários, incumbidos de transmiti-la aos homens. Considerada debaixo
deste ponto de vista, a revelação implica a passividade absoluta e é aceita sem
verificação, sem exame, nem discussão.

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