Os homens só puderam explicar as
Escrituras com o auxílio do que
sabiam, das noções falsas ou
incompletas que tinham sobre as leis da
Natureza, mais tarde reveladas pela
Ciência.
Eis por que os próprios teólogos, de
muito boa-fé, se
enganaram sobre o sentido de certas
palavras e fatos do Evangelho. Querendo
a todo custo encontrar nele a
confirmação de uma ideia preconcebida, giraram
sempre no mesmo círculo, sem abandonar
o seu ponto de vista, de modo que
só viam o que queriam ver.
Por muito instruídos que fossem, eles
não podiam
compreender causas dependentes de leis
que lhes eram desconhecidas.
Mas, quem julgará das interpretações
diversas e muitas vezes
contraditórias, fora do campo da
teologia?
O futuro, a lógica e o bom-senso.
Os homens, cada vez mais esclarecidos,
à medida que novos fatos e novas leis se
forem revelando, saberão separar da
realidade os sistemas utópicos. Ora, as
ciências tornam conhecidas algumas
leis; o Espiritismo revela outras; todas são
indispensáveis à inteligência dos
Textos Sagrados de todas as religiões, desde
Confúcio e Buda até o Cristianismo.
Quanto à teologia, essa não poderá judiciosamente
alegar contradições da Ciência, visto como também ela nem sempre está de acordo
consigo mesma.
O Espiritismo, partindo das próprias palavras
do Cristo, como este
partiu das de Moisés, é consequência
direta da sua doutrina. A ideia vaga da
vida futura, acrescenta a revelação da
existência do mundo invisível que nos
rodela e povoa o espaço, e com isso
precisa a crença, dá-lhe um corpo, uma
consistência, uma realidade à ideia.
Define os laços que unem a alma ao corpo
e levanta o véu que ocultava aos
homens os mistérios do nascimento e da
morte.
Pelo Espiritismo, o homem sabe donde
vem, para onde vai, por que está
na Terra, por que sofre
temporariamente e vê por toda parte a justiça de Deus.
Sabe que a alma progride
incessantemente, através de uma série de existências
sucessivas, até atingir o grau de
perfeição que a aproxima de Deus. Sabe que
todas as almas, tendo um mesmo ponto
de origem, são criadas iguais, com
idêntica aptidão para progredir, em
virtude do seu livre-arbítrio; que todas são da mesma essência.
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