quarta-feira, 20 de março de 2013

O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo



Os homens só puderam explicar as Escrituras com o auxílio do que
sabiam, das noções falsas ou incompletas que tinham sobre as leis da
Natureza, mais tarde reveladas pela Ciência.
Eis por que os próprios teólogos, de muito boa-fé, se
enganaram sobre o sentido de certas palavras e fatos do Evangelho. Querendo
a todo custo encontrar nele a confirmação de uma ideia preconcebida, giraram
sempre no mesmo círculo, sem abandonar o seu ponto de vista, de modo que
só viam o que queriam ver.

Por muito instruídos que fossem, eles não podiam
compreender causas dependentes de leis que lhes eram desconhecidas.
Mas, quem julgará das interpretações diversas e muitas vezes
contraditórias, fora do campo da teologia?
 O futuro, a lógica e o bom-senso.
Os homens, cada vez mais esclarecidos, à medida que novos fatos e novas leis se
forem revelando, saberão separar da realidade os sistemas utópicos. Ora, as
ciências tornam conhecidas algumas leis; o Espiritismo revela outras; todas são
indispensáveis à inteligência dos Textos Sagrados de todas as religiões, desde
Confúcio e Buda até o Cristianismo.

Quanto à teologia, essa não poderá judiciosamente alegar contradições da Ciência, visto como também ela nem sempre está de acordo consigo mesma.

 O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este
partiu das de Moisés, é consequência direta da sua doutrina. A ideia vaga da
vida futura, acrescenta a revelação da existência do mundo invisível que nos
rodela e povoa o espaço, e com isso precisa a crença, dá-lhe um corpo, uma
consistência, uma realidade à ideia. Define os laços que unem a alma ao corpo
e levanta o véu que ocultava aos homens os mistérios do nascimento e da
morte.
Pelo Espiritismo, o homem sabe donde vem, para onde vai, por que está
na Terra, por que sofre temporariamente e vê por toda parte a justiça de Deus.
Sabe que a alma progride incessantemente, através de uma série de existências
sucessivas, até atingir o grau de perfeição que a aproxima de Deus. Sabe que
todas as almas, tendo um mesmo ponto de origem, são criadas iguais, com
idêntica aptidão para progredir, em virtude do seu livre-arbítrio; que todas são da mesma essência.

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